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O STF decidiu nesta quinta-feira (13), por 8 votos a 3, que atos
preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados
no crime de racismo.
De acordo com Bolsonaro, a decisão do Supremo prejudica os
homossexuais. Ele argumentou que um empregador pensará "duas vezes"
antes de contratar um homossexual.
"[O empregador pensa] e se der um problema aqui dentro? Ele me acusa
disso ou daquilo, o que que vai acontecer, como que fica a minha
empresa?", questionou o presidente.
Com a decisão, o Brasil se tornou o 43º país a criminalizar a homofobia,
segundo o relatório "Homofobia Patrocinada pelo Estado", elaborado pela
Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e
Intersexuais (Ilga).
"Acho que o que mede a ineficiência de um Estado é a quantidade de lei.
Quanto mais leis, pior é aquele Estado. E está transformando
insuportável a nossa convivência no Brasil dada essas decisões, com todo
respeito, que o Supremo Tribunal Federal tomou no dia de ontem",
afirmou Bolsonaro.
Ministro evangélico
Bolsonaro voltou a falar que quer indicar um ministro evangélico para o
STF. "Em especial depois da decisão de ontem", declarou o presidente.
No final de maio, em convenção nacional das Assembleias de Deus, em Goiânia, Bolsonaro já havia sugerido a ideia ao comentar o início do julgamento do tema no Supremo.
"Com todo respeito ao Supremo Tribunal Federal, eu pergunto: existe
algum, entre os 11 ministros do Supremo, evangélico? Cristão assumido?
Não me venha a imprensa dizer que eu quero misturar a Justiça com
religião. Todos nós temos uma religião ou não temos. E respeitamos, um
tem que respeitar o outro. Será que não está na hora de termos um
ministro no Supremo Tribunal Federal evangélico?", disse Bolsonaro na
ocasião.
Segundo o presidente, se o STF tivesse um ministro evangélico, ele pediria vista e sentaria em cima de um caso como este.
Acho completamente equivocado o que o Supremo fez ontem aqui, por isso
que falo do evangélico. O que é natural, poderia acontecer lá? O cara
pede vista ao processo e senta em cima dele. Tem que ter um equilíbrio
lá dentro. Não é misturar política com a Justiça ou religião", explicou.
Outros assuntos
No café da manhã, Bolsonaro também falou sobre:
- Celular sem proteção
Bolsonaro disse que não segue recomendação do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI) de utilizar um celular protegido com um programa de
criptografia para se comunicar. Ele disse ainda não ter "nada a esconder".
Segundo Bolsonaro, mesmo tendo recebido um celular com programa de
criptografia, que protege as mensagens de maneira mais eficiente, ele
optou por não utilizá-lo.
- Correios
Ele disse que decidiu demitir o presidente dos Correios,
general Juarez Cunha. Segundo Bolsonaro, o militar se comportou como
"sindicalista" e se manifestou contrário à privatização da estatal,
avalizada por ele.
Bolsonaro afirmou que uma possibilidade seria colocar o general Carlos
Alberto dos Santos Cruz à frente dos Correios, porém o agora ex-ministro
não deve assumir no momento nenhuma função no governo.
- Reforma da Previdência
Segundo o presidente, a "bola está com o Legislativo"
e, portanto, o governo não irá "forçar a barra" na negociação com o
Congresso da reforma da Previdência para evitar o risco de "não aprovar
nada".
"O natural é ceder para aprovar o que é possível, mas no limite curto do previsto na economia", afirmou presidente.
Disse ainda que, aprovada a reforma da Previdência, as próximas prioridades do governo são a reforma tributária e o pacote anticorrupção.
- MP das aéreas
Ele afirmou que avalia sancionar a medida provisória aprovada pelo Congresso Nacional que proíbe a cobrança por bagagens de até 23 quilos em voos domésticos.
Ele disse que, ao sancionar o texto, editaria uma nova medida
provisória para permitir a cobrança da taxa apenas para empresas aéreas
de baixo custo, conhecidas como "low cost".
- Demissão de Santos Cruz
Bolsonaro afirmou que a demissão do general Santos Cruz da Secretaria
de Governo foi um "momento constrangedor" para ele e para o ex-ministro,
em razão de se conhecerem há décadas.
O presidente declarou que Santos Cruz cumpriu a missão e o definiu como
"grande companheiro", mas acrescentou que “problemas acontecem", sem
dar exemplos.
"Chegamos a um ponto que fomos para uma separação amigável, ele continua no meu coração, vamos assim dizer", declarou.
Sobre o novo ministro, Luiz Eduardo Ramos, Bolsonaro disse que ele tem
uma vantagem em relação a Santos Cruz por ter trabalhado dois anos como
assessor parlamentar.
- Carlos Bolsonaro
O presidente foi perguntando durante o café sobre a relação com os
filhos, em especial com o vereador do Rio Carlos Bolsonaro, atuante nas
redes sociais.
Bolsonaro destacou seu apreço pelo filho e disse que ele é
“imediatista” para buscar a solução de problemas que identifica. Carlos,
por exemplo, foi um dos responsáveis por críticas e polêmicas que
resultaram nas demissões do ex-ministros Gustavo Bebianno e Santos Cruz.
“Ele [Carlos] levantou alguns problemas no passado e eu falo o
seguinte: tem que dar um tempo para que, ao dar o cartão vermelho para
essa pessoa, não ter dúvidas. E tem que deixar a pessoa se enrolar um
pouco mais, no linguajar popular. E ele é imediatista. Converso com ele,
mas não sigo 100% o que ele fala”, disse o presidente.
Bolsonaro declarou que Carlos as vezes “exagera”, mas que já conversou
com o filho a respeito do impacto das declarações da família.
“Exagera de vez em quando, sim, exagera, porque ele quer ver o caso
resolvido rapidamente, mas está contido esse ímpeto por parte dele, até
porque falo com ele que uma palavra, uma frase equivocada você mexe na
bolsa, mexe na vida de milhões de pessoas, pode mexer em uma relação
internacional do Brasil”, afirmou o presidente.
Fonte G1
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